Faltou tempero em Alien: Covenant

Em 1979 Ridley Scott resolveu viajar pelo espaço e contar uma clássica estoria de terror misturando todos os elementos dos filmes filmes de ficção B da década de 50 (Enigma de Outro Mundo, Planeta dos Vampiros... ) com os monstros da era de ouro do cinema (Frankeinstein, Drácula... e por ai vai )  e uma leve pincelada de Star Wars - o resultado foi Alien. 

Filme pra lá de cultuado com todos os méritos que o baixo orçamento da época lhe permitiu com excelentes e convincentes atuações, além de muita técnica cinematográfica e uma vontade visceral de assustar os pobres expectadores. 

Para Alien: Covenant - Ridley Scott tentou uma técnica semelhante - combinou todos os elementos presentes na franquia Alien - facehuggers, peitos explodindo, quarentena não cumpridas, uma oficial dura na queda muito esperta - com uma Dimensão espiritual que explora, não muito sutilmente, a natureza da criação e o eterno medo do escuro. O problema é que o resultado acabou sendo um grandioso espetáculo sem alma. 

As performances são fortes, mas os papéis são fracos. Os efeitos práticos são fantásticos ( cabeças arrancadas, peitos explodindo, muito sangue jorrando quando as mini bocas atravessam as cabeças ), entretanto, cerca de 80% da criatura são renderizações CGI o que deixa aquela sabor de ta faltando alguma coisa... 

Não me entendam mal - Alien: Covenant é um filme muito bonito de ser visto e vale a pena cada centavo investido - veja em IMAX ou XD se você puder. Em nenhuma hipótese é um filme ruim, muito longe disso, apenas não é daqueles clássicos inesquecíveis como o memorável Alien: o Oitavo Passageiro, que fui ver mais uma vez no cinema - diga-se de passagem.  


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